terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Inaugurada a Biblioteca da FCP em homenagem a Oliveira Silveira


Com um espaço de 544 m2 destinado à leitura, um rico acervo para pesquisas sobre a memória documental da ancestralidade africana e uma sala de vídeo, a Biblioteca Oliveira Silveira,  foi inaugurada no dia 15 de dezembro na sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília. A biblioteca e o arquivo da FCP disponibilizarão à sociedade mais de 17 mil itens para consultas entre livros, artes plásticas e peças produzidas em quilombos.  
Para o presidente da FCP, Eloi Ferreira Araujo, o novo espaço da instituição é motivo de orgulho para todos os amantes da cultura afro-brasileira. “Com essa inauguração damos um importante passo para que a sociedade se aproprie dessa maravilhosa história de lutas e paixões, que é de toda população negra”, afirma.  Ele ressalta que além de ampliar o acervo, é também ideal da Fundação Palmares a construção do Centro Nacional da Cultura Negra que terá por objetivo reunir a memória e história afrodescendente. 
A solenidade também foi marcada pelo lançamento da coleção Faces do Brasil – História e Cultura, organizada pela professora Jacy Proença. A coleção, publicada pela Editora Ética do Brasil, é composta de um conjunto de 37 obras destinado à alunos e educadores do ensino fundamental e médio.   
Os títulos contemplam cinco regiões brasileiras e tem o objetivo de contribuir para a implantação e consolidação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – documentos que estabelecem as diretrizes e bases da educação nacional, para a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.  
Cerimônia - Com capacidade para 160 pessoas, o auditório da Fundação Palmares foi espaço para a diversidade afro-brasileira. Estiveram presentes ao evento, representantes do movimento negro, das religiões de matriz africana, do governo, quilombolas e embaixadores dos países africanos de Guiné Bissau, Etiópia, Benin e Burkina Passos.  
Os convidados puderam apreciar o som e a melodia de canções de Nelson Cavaquinho e Dona Ivone Lara interpretadas pela cantora Cris Pereira. Por meio de uma mensagem Naiara Silveira, filha do poeta Oliveira Silveira, morto em 2009, agradeceu a homenagem feita ao pai.  “Dar o nome desse poeta da consciência negra à uma biblioteca é perpetuar seu trabalho na lembrança da nossa negritude”, enfatizou.  
Arísia Barros, coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, agradeceu o espaço cedido pela FCP e saudou a luta dos grandes líderes negros brasileiros Zumbi dos Palmares e Abdias do Nascimento.  Cátia Cruz, presidente do PMDB Mulher da capital Rio de Janeiro, afirmou que a inauguração representa um avanço para a efetividade da cidadania do povo negro.  “É muito bom ter um espaço como este em Brasília, onde podemos ter acesso à história do povo africano e afro-brasileiro”. Já o jornalista Oscar Henrique Cardoso, representante do Rio Grande do Sul, destacou que as obras são uma oportunidade para trabalhar a potencialidade do negro através da literatura e promover a igualdade racial no país.  
Condecoração - O presidente interino da Fundação Cultural Palmares, Martvs das Chagas, fez um agradecimento especial ao trabalho realizado pelas gestões anteriores da instituição que possibilitaram a realização de ações como esta e promoveram a preservação da cultura negra,  a superação do racismo e do preconceito. A placa de inauguração da biblioteca foi descerrada pelos diretores da FCP e José Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).  
A Biblioteca Oliveira Silveira disponibiliza a listagem do seu acervo bibliográfico sobre a cultura negra e a história da Diáspora Africana para consulta pública no site: http://biblioteca.palmares.gov.br. O horário de atendimento ao público para consultas locais é de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas.  

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ativismo de Luther King chega ao Brasil contado em quadrinhos

Recém-lançado no Brasil o livro Vejo a terra prometida reconstitui por meio de quadrinhos a história de vida e luta de Martin Luther King (1929 – 1968), líder do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos durante a década de 1960. Originalmente publicado na Índia, o livro traz uma linguagem didática à compreensão de momentos dos mais cruéis da história do mundo contemporâneo.
Resultado de trabalho do poeta afro-americano Arthur Flowers, do artista plástico bengalês Manu Chitrakar e do designer italiano Guglielmo Rossi, a obra de 144 páginas tem como base as tradições indianas de contação de histórias por meio de imagens. O livro aproxima a arte bengalesa de pintura de pergaminhos à narrativa dos quadrinhos e tem como foco a sensibilidade do leitor.
Contextualização – A frase que dá título a obra faz parte do último discurso feito por Martin Luther King, em abril de 1968. “Eu estive no alto da montanha… e contemplei a Terra Prometida”, disse o ativista. A narrativa enfatiza um clima repleto de olhares conforme as exigências da época marcada pelo medo, pela violência e pela revolta a partir das presenças de personagens negros, indianos e da Ku Klux Klan – organização racista norte-americana.
Na época, os negros eram obrigados a seguir uma vida paralela ao cotidiano dos demais habitantes dos Estados Unidos. O exemplo mais conhecido de luta contra a chamada segregação racial no país foi a repercussão do caso Rosa Parks, uma mulher negra que se negou a oferecer lugar a uma branca no transporte público e foi presa em 1955. Em protesto, Luther King e outras lideranças negras organizaram boicotes ao transporte coletivo que duraram um ano, até que a discriminação racial fosse declarada crime.
Ativismo  – O livro também destaca momentos de derrota e de indecisão vividos pelo líder negro que defendeu sua causa com uma campanha de não-violência e de amor ao próximo. Em 1963, Luther King mobilizou mais de 200 mil civis para uma marcha pelo fim da segregação, em Washington. Da manifestação, nasceram as bases para uma nova Lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965, nos Estados Unidos.
Ainda em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Logo depois, se uniu a movimentos civis contra a Guerra do Vietnã. Em 1968, foi assassinado a tiros por um opositor na cidade de Memphis, onde apoiava uma greve de coletores de lixo. Em seu discurso mais famoso, intitulado Eu tenho um sonho, Luther King revelou seu maior desejo, o de que “…um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-senhores de escravos possam se sentar juntos à mesa da fraternidade”.

Serviço
Quadrinhos: Vejo a terra prometida   
Ano: 2011     
Autores: Arthur Flowers, Manu Chitrakar e Guglielmo Rossi
Tradução: Marcelo Brandão Cipolla

domingo, 25 de dezembro de 2011

Unforgettable - Inesquecível



Há vinte anos...Em plena festividade natalina do ano 1991 em vários lares, festas de confraternização, casamento (em dezembro), trilha sonora da novela O dono do mundo , e também, sempre havia um comercial de TV exibindo essa linda canção  chamada Unforgettable do cantor negro Nat King Cole, quer dizer inesquecível.   O clip lançado naquela época da parceria das vozes de Nat & Natalie Cole (sua filha) e com a junção das imagens de pai e filha tornou-se ainda mais inesquecível. Lembrando que hoje é Natal momento de renovar os votos de amor e paz.

Assista Unforgettable com Nat & Natalie Cole



Cantor Nat King Cole
Nat King Cole

Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, (Montegomery, 17 de março de 1919Santa Mônica, 15 de fevereiro de 1965) foi um cantor e músico de jazz norte-americano, pai da cantora Natalie Cole. O apelido de "King Cole" veio de uma popular cantiga de roda inglesa conhecida como Old King Cole.
Sua voz marcante imortalizou várias canções, como: Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás", entre outras, algumas das quais nas línguas espanhola e portuguesa.
Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso.
Sua então revolucionária formação piano, guitarra e baixo ao tempo das big bands tornou-se popular para trios de jazz.
Nat King Cole aprendeu a tocar piano na igreja onde seu pai era pastor. Desde criança ele esteve ligado à música, tocando junto ao coral da mesma igreja. Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre recusando-se a cantar em platéias com segregação racial
Por ter um hábito de fumar diariamente três maços de cigarro, o cantor morreu vítima de câncer. Um de seus últimos trabalhos foi no filme Cat Ballou, onde canta a balada da personagem título, interpretada por Jane Fonda.

Racismo

Cole lutou contra o racismo toda sua vida e raramente apresentou-se em lugares segregacionistas. Em 1956 foi atacado no palco durante um show em Birmingham, Alabama, enquanto cantava "Little Girl", por três membros do North Alabama White Citizens Council que aparentemente tentavam sequestrá-lo. Os três agressores avançaram pelos corredores da plateia. Embora a segurança tenha rapidamente acabado com a invasão, Cole foi derrubado de seu banco e machucou as costas. Ele não acabou o show e nunca mais se apresentou no Sul dos EUA. Os agressores foram julgados e condenados.
Em 1948 comprou uma casa em um condomínio só de brancos nos arredores de Los Angeles. A KKK ateou fogo em uma cruz em frente à sua casa. O conselho do condomínio disse-lhe que não queriam indesejáveis mudando-se para lá. Ele concordou e disse "Eu também não, se eu vir alguém indesejável mudando-se, serei o primeiro a reclamar".
Em 1956 foi contratado para se apresentar em Cuba e quis ficar no Hotel Nacional de Cuba, mas não lhe foi permitido porque tinham restrição (color bar) para negros. Cole honrou seu contrato e seu show no Tropicana foi um grande sucesso. No ano seguinte voltou a Cuba para outro show, cantando várias músicas em espanhol. Hoje existe um tributo a ele na forma de um busto e uma jukebox no Hotel Nacional.

Deixe registrado abaixo a sua impressão sobre a biografia e o vídeo Unforgettable com Nat & Natalie Cole

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Luta de Zumbi é Internacional

O ano de 2011, declarado como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, só terá sentido se o fruto dos debates deste período servirem para ampliarem as políticas que garantam a liberdade, respeito e desenvolvimento do povo negro. A Conferência de Durban foi o momento em que conseguimos aproximar a pauta internacional de luta de combate ao racismo e construir ações concretas que foram legitimadas nos mais diversos fóruns internacionais, sendo que, as edições do Fórum Social Mundial se tornaram o grande momento de socialização e legitimação da Reparação como bandeira de luta do movimento anti-racista no mundo. 
O fato do Brasil ter sido escolhido como sede do Encontro Ibero Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, com certeza se deve a diferentes fatores que em nosso entendimento passa por: 1) sermos o 2º pais em população negra do mundo perdendo apenas para Nigéria; 2) estarmos entrando para o terceiro mandato de um governo de esquerda, e que, portanto espera-se que as políticas despontem no combate as desigualdades raciais e sociais; 3) termos um aparelho do estado, a SEPPIR – Secretaria Especial para a Promoção da Igualdade Racial, criada para traçar políticas que traduzam a igualdade de condições em uma sociedade de desiguais.
Nos últimos 10 anos as forças racistas, nazistas e xenófobas, somada com ruralistas e religiosos pentecostais ortodoxos se proliferaram aumentando de forma sistemática a perseguição a lutadores, lutadoras, ativistas do movimento social de luta antiracistas, sacerdotes, sacerdotisas das Religiões de Matriz Africana, jovens negras e negros, retrocedendo ao ponto de lideranças quilombolas integrarem listas de extermínio em diferentes partes do país. Há um acirramento sistemático nos conflitos sendo positiva a realização do Encontro no Brasil. Se por um lado somos vistos como avançados nas políticas anti-racista, a força de um evento desta natureza devera servir para explicitar os conflitos vividos e as contradições do sistema.
Espera-se, portanto que o Brasil seja cobrado de sua atitude de recuo diante das grandes corporações na disputa territorial. Exigimos mudanças, ações modificadoras da realidade vivida e não de paliativos. É notório que para esta pressão precisamos construir uma frente que não se conforme ou se iluda com as malhas do sistema.
É desta forma que viemos somando esforços diversificados para esta construção, a Assembléia Negra Popular é um exemplo desta busca, reunindo diversos setores da luta negra e popular onde conseguimos apontar os seguintes eixos:
1. Defendemos a Regularização e Titulação Imediata dos Territórios Quilombolas. Propomos a organização de Frente Nacional para uma ação de resistência contra a ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade - número 3239, apresentada pelo Partido Democratas – DEM, contra a Titulação dos Territórios Quilombolas. Esta ação combinada ao desmonte do Estatuto da Igualdade Racial, sancionada pelo governo brasileiro, através da lei 12288 – 2010 se contrapõe a Convenção 169 da OIT, que define ordenamento para os povos indígenas e tradicionais;
2. Garantia do acesso e permanência de estudantes negras e negros ao ensino superior no país. Com o mesmo instrumento jurídico (ADI) as elites brasileiras também representadas no parlamento pelo DEM, buscam derrubar a Política de Cotas Raciais nas universidades publicas brasileiras;
3. Orçamento direcionado e Transparência. Dotação orçamentária e transparência nas ações de Governo e Estado em relação à questão racial e o repúdio à utilização eleitoreira de nossa pauta de luta;
4. Defesa da intervenção do Estado em seu papel de garantir a segurança e proteção de todo povo brasileiro. O acirramento da luta pela impunidade dos crimes de violência de Estado e o genocídio da juventude negra bem como a violência e assassinato de sacerdotisas e sacerdotes, seguidores das Religiões de Matriz Africanas e quilombolas que se tornaram recorrentes em todo o país.
5. Cumprimento dos acordos internacionais firmados. Sendo o Brasil signatário de inúmeras convenções para a defesa das políticas afirmativas no mundo do Trabalho e na Educação.
6. Exigimos a implementação da Lei e criação de mecanismos de cobrança dos entes federados em inadimplência. Há séculos o povo negro no Brasil defende uma educação que valorize os povos africanos em África e na diáspora bem como as civilizações africanas sendo a criação da Lei 10639/2003, que trata da história da África, dos africanos e seus heróis, um grande marco desta luta. A implementação da referida Lei está muito aquém do esperado nestes oito anos de existência.
7. Exigimos do poder público programa de formação constantes dos profissionais da saúde e campanhas publicitárias e atuação de forma preventiva. Apesar das inúmeras exigências em fóruns e conferências a saúde da população negra ainda se configura num grande desafio, é um direito humano, e a exemplo de outras especificidades com políticas e apelos publicitários freqüentes, às doenças de incidências na população negra são guardadas no mais absoluto silencio.
8. Valorização da mulher negra. Política de estado que a rompa com o empobrecimento, exploração e a violência contra a mulher negra, criando condições efetivas para sua formação e desenvolvimento e sobrevivência. Fazem-se necessárias ações que possibilitem o reconhecimento público e a valorização do trabalho doméstico e espaços que possibilitem uma participação qualificada da Mulher Negra no mundo do trabalho e da formação.
9. Liberdade para orientação sexual. Defesa de ações que norteiem o respeito, a dignidade e a liberdade para as mais diversas orientações sexuais. As diferentes opções de relacionamento não são aceitas, ao contrário, são coibidas e punidas com violência e morte, e não se percebe medidas concretas que coíbam esta barbárie.
10.  Pauta internacional de luta. Há necessidade de que tornemos nossa luta intercontinental, que ultrapassemos as fronteiras impostas pelo sistema como forma de ampliarmos nosso espectro de forças. Neste sentido este evento deverá servir para que estreitemos laços e apontemos para a construção de uma agenda concreta de mobilização exercendo pressão para realização das conferências internacionais. Torna-se imperativo a retirada das tropas militares brasileiras do Haiti e o reconhecimento que a Europa, os EUA e o Brasil devem Reparação Histórica e Humanitária aos africanos em África e seus descendentes da Diáspora Negra.
Cabe ainda lembrar que as instituições sempre foram mecanismos construídos para impulsionar a luta secular do povo negro através de ações políticas nos mais diversos setores da sociedade, possibilitando a inserção e desenvolvimento de negras e negras no mundo. Estas modificações só poderão se efetivar se houverem nos governos dotação orçamentária com este foco de atuação.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brasil, Panamá e Equador assumem compromisso de continuidade para o Quilombos das Américas


Brasil, Panamá e Equador assinaram no dia 07/12 uma Declaração de Intenções, visando à promoção de intercâmbios entre comunidades afrorrurais dos três países, através do Projeto Quilombos das Américas. O acordo foi firmado entre a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir-PR), a Secretaria Executiva da Etnia Negra da Presidência da República do Panamá (Seen) e a Corporação de Desenvolvimento Afro-Equatoriana da Presidência da República do Equador (Codae).

O documento foi consolidado durante a solenidade de abertura da I Oficina para Intercâmbio de Experiências e Pacto de Ações do Quilombos das Américas, cujo objetivo é promover a soberania alimentar e a ampliação do acesso aos direitos econômicos, sociais e culturais de comunidades afrorrurais nas Américas, buscando fomentar a construção de redes de cooperação insterinstitucional.

A oficina segue até sexta-feira (09), no auditório do Subsolo do Bloco A na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o objetivo de compartilhar parte dos resultados obtidos em 47 dias de pesquisas de campo. A coleta foi feita entre os meses de outubro e dezembro deste ano, nas comunidades de Valle del Chota-Salinas e La Concepción, no Equador; Garachiné, em Darién, no Panamá, e Empata Viagem, em Maraú, na Bahia, Brasil. Por meio de metodologia específica, foram abordados aspectos sociais, econômicos, alimentares, institucionais, tecnológicos e culturais dos grupos visitados.

“Com esse trabalho de campo, feito com a contribuição fundamental das comunidades, esperamos ter desenhado os passos para a continuidade do projeto, que é inovador sobre vários aspectos”, afirmou a ministra da Seppir, Luiza Bairros. Em seguida, ela declarou a expectativa de colaboração das instituições para que o Quilombos das Américas ofereça condições às comunidades de formarem um pólo político na região. “A partir de janeiro, entraremos na vigência do Plano Plurianual 2012/2015, que tem um forte respaldo para a temática, e isso favorece o alcance das metas desse projeto para a afirmação das nossas comunidades afrorrurais”, completou a ministra.

Na opinião do secretário-executivo da Codae, José Chálá, quando se fala dos quilombos das Américas fala-se de uma grande família do continente. O gestor equatoriano referia-se à similaridades que marcam as comunidades afrodescendentes rurais da região. “O projeto representa o começo da reconstrução da história desses povos”, afirmou ainda Chálá. Já a representante da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq), Núbia de Souza, destacou a importância do envolvimento das mulheres e do seu empoderamento para a garantia dos avanços das políticas públicas.

O projeto
O Quilombos das Américas é uma iniciativa inspirada pelo Ano Internacional dos Afrodescendentes e coordenada pela Seppir/PR. A pesquisa de campo envolveu pesquisadores com formações acadêmicas distintas e diferentes nacionalidades. O estudo incluiu a abordagem de aspectos sociais, econômicos, alimentares, institucionais, tecnológicos e culturais de comunidades, cujas características históricas e do modo de viver são similares entre grupos rurais constituídos por afrodescendentes.

Participam do projeto a Seppir, a Embrapa, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, e o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
 
O projeto conta ainda com apoio da Conaq, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Codae, Seen, a Federação das Comunidades Negras de Carthi e Imbabura (Feconithi), no Equador, a Associação dos Quilombos da Região de Empata Viagem e a Alcadia de Tchpigana no Panamá.
 
Saiba mais sobre o Projeto no site: Quilombos das Américas..
 
Fonte: Seppir

domingo, 4 de dezembro de 2011

Parque Memorial Quilombo dos Palmares



Foi implantado em 2007, em um platô (área plana) do alto da Serra da Barriga. O local, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985, recria o ambiente da República dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado quilombo já implantado nas Américas.
Nesta espécie de maquete viva, em tamanho natural, foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares. Com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições em banto e yorubá, avista-se o Onjó de farinha (Casa de farinha), Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), Oxile das ervas (Terreiro das ervas), Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares).
Além das construções que referenciam o modo de vida daquela comunidade quilombola, o Memorial dispõe de pontos de áudio com música e textos em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Italiano) que narram aspectos do cotidiano do Quilombo e da cultura negra. São os espaços Acotirene, Quilombo, Ganga-Zumba, Caá-Puêra, Zumbi e Aqualtune.
No primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do País, destacam-se, ainda, os mirantes, de onde se avistam paisagens magníficas da Serra da Barriga. São as atalaias de Acaiene, Acaiuba, e Toculo. Completando o ciclo das edificações simbólicas, o restaurante Kúuku-Wáana (Banquete familiar), que oferece pratos da culinária afro-brasileira, e o Batucajé (palco de manifestações artístico-culturais).
No passeio virtual que a Fundação Cultural Palmares preparou neste site, você encontra detalhes sobre o Parque Memorial. Confira!

EQUIDADE RACIAL


Olhe, pare, pense e modifique !