terça-feira, 11 de setembro de 2012

IV SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS CULTURAIS AFRO-BRASILEIROS



Chica Barrosa

Local: Universidade Federal da Paraíba
Período: 30 e 31 de outubro e 01 de novembro
Realização: Programa de Pós-Graduação em Letras, NEABI e
Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais (Areia)

Dando sequência aos Seminários anteriores, ocorridos em 2005, 2007 e 2010, o IV Seminário Nacional de Estudos Culturais Afro-Brasileiros, tem como proposta promover discussões sobre história, literaturas africanas e da diáspora negra, educação, ações afirmativas e relações étnico-raciais. A parceria com o NEABI-UFPB resultou no realização da I Semana Afroparaibana.
A exemplo dos três primeiros Seminários, em que foram homenageadas figuras representativas do universo artístico e cultural, como Carolina Maria de Jesus, Grande Otelo, Lima Barreto, Oliveira Silveira e José Tenreiro, o IV Seminário homenageará os poetas populares Chica Barrosa e Inácio da Catingueira.
Além das conferências, mesas redondas, apresentações de comunicações e painéis, os participantes também poderão se inscrever nos minicursos Direitos Humanos, População Afro-Paraibana e Mulheres Negras e Educação e Ações Afirmativas e Relações Étnico-Raciais.
Ao realizar a I Semana Afroparaibana, o NEABI/UFPB tem como objetivo difundir conhecimentos acerca da população afroparaibana; sensibilizar, informar e formar educadoras/es, graduandos/os, e outros públicos, sobre a Lei 10.639/03 (História da África e da Cultura Afrobrasileira); e também propiciar debate entre os NEABs das universidades da Paraíba e de outros estados do Brasil.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

HISTÓRIA DE ANGOLA A RAINHA NZINGA, RUMO A PATRIMONIO DA HUMANIDADE


Rainha Nzinga


Por
Johnny Kapela
International Networking Bantulink


Reagrupadas em 223 páginas e patenteada pelas edições Colibri, sob o título: “ A Rainha Nzinga Mbandi. Historia, Memoria e Mito”, a compilação reúne a quinzena de comunicações apresentadas na Cidade Eterna.
Nota-se, ai, a nota de abertura, a introdução, o depoimento e o posfácio de, respectivamente, Cornelio Caley, Inocência Mata, Ana Maria de Mascarenhas e Manuel Pedro Pacavira.
Aponta-se, no bloco das contribuições de fundo, alem das personalidades já citadas, as de Abreu Paxe, Professor de literatura africana no Instituto Superior de Ciências de Educação de Luanda, Américo Kwononoka, Diretor do Museu Nacional de Antropologia e do sociólogo angolano Moisés Malumbo.
Lê-se, igualmente, as comunicações do erudito, medievista, Patrick Graille, em posto na Universidade Vassor-Wesleyan de Paris, a escritora antilhana Sylvia Serbin, de Pires Laranjeira, Professor de literatura contemporânea na Universidade de Coimbra e os italianos Mário Albano, jornalista, e Mariagrazia Russo, da Universidade “La Tuscia”.
O Brasil pagou a seu tributo a Soberana de Matamba, com aportes de Selma Pantoja, da Universidade da capital federal e Solange Barbosa, Diretora do Projeto paulista “A Rota das Liberdades”.
De salientar, como ganho da reunião cientifica organizada em parceria com a Universidade de La Sapienza e a de La Tuscia, de Viterbo, no quadro da indispensável alinho heurístico, o facto de vários autores, curiosamente, europeus, apertar a “Bíblia” da historia do Quadrilátero no seculo XVII, a famosa “Descrizione de”tre Regni Congo, Matamba et Angola…” do Padre italiano Giovani António Cavazzi da Montecuccolo.
Com efeito, emitam, varias reservas, como a própria Propaganda Fide, no seu tempo, e a escola histórica africanista, sobre a Relação do confessor e testamentário da “Muene” de Santa Maria da Matamba.
Os apresentadores sublinharam, entre outros, principais eixos, numa procura, laboriosa, de novas abordagens sobre a “Rayna Singa”, a escolha desta sedutora figura como principal sujeito literário e artístico, em vários domínios, tais como os das tiradas poéticas, das aplicações narrativas passando pelas exibições teatrais, assim como, na criatividade gravurista.
WARRIOR QUEEN
Outras novas linhas heurísticas, são, as, sobre a recorrente questão da tomada do poder da “Donna de Angola”, que se explica, naturalmente, pela violenta ocupação da” Xi a Ngola” pelas tropas portuguesas, com o seu subsequente enfraquecimento politico; a inutilidade da escolha de uma grafia “correta” do nome da “Regina”, personagem de projeção internacional, cuja fixação tem uma dezena de variantes, e a certificação deste apelido no proto-bantu, com todos os seus efeitos no continuum antroponímico e na reapropriação patriótica, contemporâneos.
Este reassumere, que e notado, igualmente, no Brasil, e uma novidade contida nas atas do coloquio.
Com efeito, observa-se neste imenso território da América do Sul, uma forte sensibilidade de inculturação, linguística e antropológica, a volta da “Inkice” Feminina.
Uma das provas desta evolução e a inserção, no Carnaval de Rio, em 2010, da cancão “Suprema Jinga – Senhora do Trono Brazngola”, pelo grupo Samba – Enredo da Escola Imperio da Tijuca.
E, entre outros factos, e esta perpetuação alem – Atlântico da gesta da Ngola, que deu oportunidade a Simão Souindoula, inspirador do encontro da cidade do Coliseu, na sua comunicação, bem prospetiva, sobre a figura da Kiluanje, de defender a Nzinga –Nzinga, como Património Intangível da Humanidade.
Aquele perito da UNESCO confirmou que a Warrior Queen, uma das Soberanas que marcou, indelevelmente, a evolução de África mercantilizada, tornando-se uma personagem de referência nas letras e artes assim que nas ciências humanas e sociais da Europa ocidental, logo no século XVIII; uma tradição mítica nas comunidades afro-americanas e afro-caribenhas e centro de interesse no quadro de centenas de projetos africanistas, no mundo inteiro, e símbolo de orgulho para milhões de africanos, constitui, incontestavelmente, uma instrutiva herança para o mundo.
Prevista para 2015, em Lisboa, cidade que se inclinou perante a inteligência politica, militar e diplomática da Jaga, e que, segundo Cavazzi, dominava “in idioma Portoghese (nel quale era versatissima), a próxima Conferencia Internacional sobre a Ngana será, sem dúvida, a da consagração do seu legado, como uma das bases morais, ao nível mundial, do respeito da soberania das nações.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Advogado conta como foi defender Mandela há quase 50 anos


O advogado George Bizos, especialista em direitos humanos,
em seu escritório em Johannesburgo em 2010



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DEPOIMENTO A GABRIELA MANZINI
EM LONDRES



Foi devido ao avanço alemão na Segunda Guerra que, aos 13 anos, George Bizos teve de abandonar a Grécia, onde nasceu, e se refugiar na África do Sul. Lá, ele se tornaria um dos mais importantes advogados de ativistas contrários ao apartheid, o sistema de segregação racial branco extinto em 1994. Um de seus casos foi defender Nelson Mandela no julgamento em que o líder escapou da pena de morte, em 1963.
*
Conheci Nelson Mandela em 1948, na faculdade de direito. Ele era meu veterano e um ativo opositor do governo que acabara de ser eleito com sua política de apartheid. Já era notável. Era alto, bonito, fazia ótimos discursos. Era também o mais bem vestido.
Mandela queria se tornar o primeiro advogado negro da África do Sul, mas acabou impedido pelo reitor. Foi reprovado numa disciplina e proibido de repetir o exame. Não teve escolha senão tornar-se consultor jurídico. Trabalhamos juntos em vários casos.
Em 1956, Mandela e mais 150 foram presos e acusados de traição. Eu era parte de um time de quatro advogados, e usamos o júri para mostrar ao mundo a verdade: que eles defendiam a igualdade para todas as pessoas do país e que os brancos não tinham nada a temer, já que integrariam a nova sociedade. Cinco anos depois, foram absolvidos. 

Mandela foi preso em 1962, ao retornar de uma viagem ao exterior tida como ilegal. Em 1963, ele e outros foram acusado de sabotagem e de outros crimes equivalentes ao de traição, mas mais fáceis de serem provados. E eles, de fato, admitiam seu envolvimento em ataques.
O caso ficou conhecido no mundo todo como Tribunal de Rivonia, e o discurso que Mandela fez, no fim da sessão, foi um dos mais importantes da sua carreira.
Disse: "Durante minha vida, eu me dediquei à luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca e contra a dominação negra. Nutri a ideia de uma sociedade democrática e livre na qual todos vivem juntos em harmonia, com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e que espero alcançar. Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer".
Os detratores espalharam boatos de que um negro jamais poderia ter escrito aquele discurso. Mas eles se esqueciam de que Mandela era um advogado.
Só o que fiz foi dizer, pouco antes de ele discursar: "Nelson, isso pode ser interpretado como se você estivesse buscando o martírio. Por que você não adiciona as palavras 'se preciso for'?".
Nas folhas originais se vê a anotação, à mão, "se preciso for". [Mandela escapou da pena de morte, mas foi condenado à prisão perpétua. Foi libertado em 1990.]
Sempre o visitava na prisão, ainda mais quando entrei para a comissão que escrevia a Constituição sul-africana, porque ele queria dar umas ideias. Ele é um democrata de coração. Não dita, discute. Sempre começa frases com: "O que aconteceria se...". Tivemos a sorte de ter um líder como Mandela. Ele convenceu a maioria a não temer uma grande mudança.
Depois de cumprir seu mandato, Mandela rejeitou a reeleição, torcendo para que outros líderes africanos seguissem seu exemplo, mas isso não aconteceu. Distante da política, criou a Fundação Nelson Mandela, viajou e discursou muito pelo mundo.
Com a velhice, ficou menos ativo. Somos amigos e nos vemos com frequência. Ele está com 94 anos, e sua memória está falhando. Como muitos idosos --inclusive eu--, ele se esquece do que ocorreu há pouco tempo, mas se lembra bem dos anos 50, 60 e 70.
Hoje ele está bem. Mas vira e mexe um amigo recebe um e-mail perguntando se ele morreu. Jornalistas que estão escrevendo o obituário de Mandela pedem que eu fale sobre ele no passado. Não estou preparado para isso. Por acaso dá para imaginar como estaria o mundo se Mandela tivesse sido executado?
Três séculos e meio de injustiça contra a vasta maioria da África do Sul não podem ser curados em anos.
Há ainda pobreza, desemprego e falta de oportunidades, para a decepção de muitos de nós. O desemprego empurra algumas pessoas para o crime, há corrupção. Mas nosso Judiciário é forte, e a maioria dos sul-africanos acredita que sua independência deve ser protegida. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Primeira infância, afrodescendência e educação no Arraial do Retiro





Apresentando experiências pessoais vividas pela autora atreladas a elementos comuns a muitas histórias do coletivo de pequenos brasileiros afrodescendentes, o livro Primeira infância, afrodescendência e educação no Arraial do Retiro, de Flávia de Jesus Damião, integra a programação do Lançamento Coletivo EDUFBA –Setembro de 2012, que acontece no próximo dia 13, quinta-feira, em Salvador.
Parte da Coleção Temas Afro, que traz em suas capas uma ilustração da artista baiana Goya Lopes, esta obra aborda a interface entre primeira infância e etnia na área da Educação. Reflete sobre experiências produzidas por um grupo de crianças afrodescendentes de 3 a 9 anos que participam da dinâmica comunitária no bairro do Arraial do Retiro, na periferia de Salvador.
Entendendo a primeira infância brasileira como um eixo de análise científica e de ações estruturais fundamentais para o Brasil na contemporaneidade, este livro apresenta os processos educacionais das infâncias soteropolitanas a partir da articulação dos marcadores de etnia e territorialidade.
Serviço
O quê: Lançamento Coletivo EDUFBA – Setembro de 2012
Quando: 13 de setembro, quinta-feira, das 17h30 às 20h30
Onde:Biblioteca Universitária de Saúde Professor Álvaro Rubim de Pinho(Campus Canela, UFBA – Rua Basílio da Gama, s/n, Canela – Salvador, Bahia)
Quanto: entrada gratuita
Informações adicionais sobre o livro
ISBN: 978-85-232-0949-0
Formato: 16 x 23 cm
Número de páginas: 156
Ano: 2012
Preço especial de lançamento: R$ 20,00

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Laryne Nascimento
Assessora de Comunicação
Editora da Universidade Federal da Bahia