sábado, 25 de junho de 2011

ESPECIAL: PERSONALIDADES NEGRAS

Luisa Mahin
Luísa Mahin


"Sou filho natural de negra africana, livre, da nação nagô, de nome Luísa Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa, magra, bonita, a cor de um preto retinto sem lustro, os dentes eram alvíssimos, como a neve. Altiva, generosa, sofrida e vingativa. Era quitandeira e laboriosa."
Em outros versos do autor indica-se que Luísa Mahin teve mais um filho, cujo destino é ignorado



Luísa Mahin (nascida no início do século XIX) foi uma ex-escrava africana, radicada no Brasil, mãe do abolicionista Luís Gama.
Pertencia à tribo Mahi, da nação africana Nagô, praticantes da religião islâmica, conhecidos no Brasil como Malês.
Embora se desconheça a sua origem, tendo vivido em Salvador, na Bahia, foi alforriada em 1812. Afirmava ter sido princesa, na África. De sua união com um fidalgo português, nasceu Luís Gama. Aos cuidados do pai, dissipador, a criança, então com dez anos de idade, foi vendida ilegalmente como escrava, para quitar uma dívida de jogo.
Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. Quituteira de profissão, de seu tabuleiro eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838). Caso o levante dos malês tivesse sido vitorioso, Luísa teria sido reconhecida como Rainha da Bahia.
Descoberta, foi perseguida, logrando evadir-se para o Rio de Janeiro onde foi encontrada, detida e, possivelmente, degredada para Angola, na África. Não existe, entretanto, nenhum documento que comprove essa informação.
Alguns autores acreditam que ela tenha conseguido fugir, vindo a instalar-se no Maranhão, onde, com a sua influência, desenvolveu-se o chamado tambor de crioula.
Em suas notas biográficas, o poeta e abolicionista Luís Gama, registrou acerca de sua mãe:

 

Referências Bibliografia

  • LUNA, Luís. O negro na luta contra a escravidão.
  • MONTEIRO, Antônio. Notas sobre negros malês na Bahia.
  • OLIVEIRA, Nélson Silva de. Vultos negros na história do Brasil.
  • REIS, João José. O rol dos culpados: notas sobre um documento da rebelião de 1835. Anais do Arquivo Público do estado da Bahia, v. 48.
  • RUFINO, Alzira; PEREIRA, Maria Rosa; IRACI, Nilza. A mulher negra tem história.

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