sábado, 14 de julho de 2012

Adeptos do Candomblé estão indignados no Estado de Pernambuco

Infelizmente, nos últimos meses no Estado de Pernambuco tivemos  notícias tristes nas manchetes de grande circulação local com informações sobre assasinatos. Os criminosos informaram a polícia, através de depoimentos, justificando que as vítimas eram inseridas nos rituais de magia negra.
No entando, as atitudes desses criminosos e outros ferem a crença religiosa das Matrizes Africanas que de acordo último Censo 2010 do IBGE somente na capital pernambucana são  0,2% da população são de Umbanda e Candoblé, e que essa comunidade religiosa entristece com a violência, como também, da acusação em que sua fé religiosa esteja nesses fatos.
Recentemente, foi publicado no dia 14 jul. 2012,  no Jornal Folha de Pernambuco com a matéria chamada Adeptos do Candomblé estão indignados. Leia a matéria abaixo na integra.

                                                                                   Hesídio Góes

O historiador João Monteiro, coordenador do Quilombo Cultural Malunguinho
 Alexandre L'Omi L'Odo e Carlos Thomaz do Fórum de Educação, Diversidade Étnico-Racial de Pernambuco
 Por Thomaz Vieira
Os atos de vandalismo cometidos pela população na região do crime de Flanio, de 9 anos, provocaram indignação entre os adeptos do Candomblé. O coordenador do Quilombo Cultural Malunguinho (entidade que representa os povos de terreiro e o povo negro), Alexandre L’Omi L’Odò, disse que o órgão já se articula junto a instituições de Direitos Humanos e estuda iniciar ação judicial coletiva por danos morais.

A grande reclamação dos religiosos é que os acusados pelo crime foram tidos como praticantes do Candomblé, o que não é verdade. “O Candomblé é uma religião que agrega muito as pessoas. Daí, indivíduos mal-intencionados usufruem disso para se aproveitar da carência das pessoas”, denuncia Alexandre. Ele conta, inclusive, que o processo de formação de líderes da crença é bem rígido e dura vários anos.

Para o historiador João Monteiro, o fato de a polícia ter apresentado, erroneamente, os suspeitos como pais de santo teria causado a reação de ódio na sociedade. “Quando a polícia prende esses marginais e os coloca com seus títulos sacerdotais em vez de seus nomes, demonstra o despreparo dos agentes no trato desses temas”, afirma. Ele aponta que o Governo desenvolve um programa de combate ao preconceito dentro das instituições públicas, mas que o mesmo não funciona adequadamente.

A associação do termo “magia negra” ao crime e à religião também revoltou os povos de terreiro. Para o membro do Fórum Estadual de Educação Étnico-Racial de Pernambuco, Carlos Tomaz, a expressão é, além de tudo, racista. “Mesmo que inconscientemente, tudo relacionado à etnia negra é tido como ruim”, reclama. O termo vem, na verdade, da Idade Média, das práticas de culto ao demônio originadas de religiões de matriz europeia.
 

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