O jornalista Oswaldo Faustino resgatou a participação de unidades militares de voluntários negros paulistas durante a Revolução Constitucionalista de 1932, conhecida como Legião Negra.
Em seu livro "A Legião Negra" (Selo Negro, 2011, 224 págs.), a história é contada por meio de dois personagens: Tião Mão Grande, o narrador centenário; e Miro Patrocínio, mestiço que nega a sua origem, mas "se torna negro" devido às circunstâncias.
Folha - Por que decidiu contar a história da Legião Negra em forma de romance histórico em vez de livro de não-ficção?
Oswaldo Faustino - Antes de tudo porque eu sou jornalista e escritor, não historiador. Minhas pesquisas não se basearam em documentos, mas em publicações, em entrevistas realizadas com filhos e netos de combatentes e numa específica, que aconteceu em 1975, com o doutor Raul Joviano do Amaral. Como membro da Legião Negra, ele chegou a tenente.
Há planos para filmar a história? O livro é um roteiro?
Honestamente, se um dia a Legião Negra virar filme, vou achar sensacional, mas só a oportunidade de mergulhar nessa história e poder produzir um romance já é extremamente compensadora.
Por que negros e mulatos tiveram interesse em se voluntariar para lutar por São Paulo na Revolução de 1932, que muitos historiadores consideram um conflito das elites?
Como a Frente Negra [principal organização negra da época] se declarou neutra, o advogado Joaquim Guaraná Santana e o orador Vicente Ferreira saíram -ou foram expulsos- dessa instituição, criaram a Legião Negra e saíram em caravana alistando negros e arrecadando donativos para o pagamento de seus soldos e para sustentar as famílias dos voluntários.
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