O Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial e o Grupo de Estudo
e Trabalho Afroindígena (Getai) do Cabo de Santo Agostinho realizaram na tarde
desta terça-feira (20/11) a 2ª Caminhada de Consciência Negra. O evento teve
como ponto de partida a Rua das Florentinas (próxima ao INSS), no centro, com
destino ao Mercadão, e contou com o apoio da Prefeitura, através das
secretarias de Educação, da Saúde e da Mulher. Participaram da caminhada o
Grupo Quilombola Onze Negras e alunos das escolas municipais e estaduais Madre
Iva, Marivaldo Burégio, Ariosto Martins, Caic, entre outras escolas do centro
da cidade.
No pátio do Mercadão houve apresentações de capoeira e de dança afro e
percussão (SíréOrisá), executada pela yalorisá Valda do IléAséAyráIgbonã, de
Pirapama. O objetivo da caminhada foi o de mobilizar a sociedade civil e
governamental para a implementação das leis nº 10639/03 e nº 11645/08, que
tornam obrigatória a inclusão no currículo oficial da temática História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio no Brasil, e a criação de uma Secretaria Municipal de Promoção da
Igualdade Racial.
De acordo com uma das coordenadoras do Grupo de Estudo e Trabalho Afroindígena
(Getai), Sueli Nunes Lima, este é um espaço de integração e reflexão para o
resgate da identidade negra brasileira e de seus valores com os jovens das
escolas do Cabo. “Estamos aqui para agrupar e fortalecer o movimento de
resistência negra e a consciência de questões raciais, religiosas e culturais,
como a ascensão do negro e a importância e o peso da mulher negra na sociedade,
e comemorar o dia Zumbi dos Palmares, ícone de nossa luta para a igualdade
racial neste país”, declarou ela.
“Estamos aqui para somar forças e promover uma reflexão sobre a nossa
identidade há muito tempo esquecida. Este país foi criado e sustentado pelo
suor e pelo trabalho do negro, grande pilar na construção do nosso Brasil”,
comentou a professora da Escola Marivaldo Burégio e integrante do Getai, Lídia
Silva dos Santos.
Nesta quarta-feira (21/11), a também coordenadora do Grupo de Estudo e Trabalho
Afroindígena (Getai), Elainne Karla Cavalcanti, participará de uma mesa redonda
realizada no Museu da Abolição, no Recife. O evento, que tem início às 9h,
discutirá o tema “O Museu da Abolição e as suas experiências de Educação para
relações Etnicorraciais”. Elainne estará apresentando seu trabalho realizado
com os professores de história do município, trabalhando as questões
afro-culturais como ferramenta pedagógica.
Texto: Giorgio Bruno - Estagiário da Secom/Cabo
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